O PIX Não Combate a Sonegação e Fraudes Atingem o Governo

 

Fonte: Linkedin                                                                                                                                            

O PIX só tem sentido para o governo se for para combater a sonegação, mas numa sociedade corrupta isto dificilmente acontecerá. Vimos, no início do ano, a forte reação da população e recuo do Governo por conta de fake News sobre este assunto. O PIX nunca foi seguro e agora a imprensa começa a falar da insegurança e fraudes do sistema.

É muito caro manter a segurança de um sistema da dimensão PIX, razão pela qual a insegurança do sistema aumenta, sendo hoje usado até pelo crime organizado. Se o Banco Central não toma as medidas para evitar que organizações clandestinas usem o sistema, o governo continuará pagando um preço alto por suas fraudes. O governo não pode nem deve financiar fraudes.

Num país onde os Bancos facilitam o roubo dos velhinhos da Previdência, ganhando dinheiro com isto, demonstra que a fraude está institucionalizada no sistema financeiro. Numa sociedade corrupta, que não aceita usar o PIX para o combate à sonegação, não deve existir PIX para todos. Os de renda alta, grandes empresas e organizações clandestinas devem pagar caro aos bancos e não ter PIX grátis.

Neste caso, o governo tem que repensar o uso do PIX, como um sistema que beneficie a população de baixa renda. servidores públicos e microempresas, como forma de inclusão social. Além disto, o país não deve adotar tecnologias no mercado financeiro, que não foram implementadas em economias mais avançadas, por temor à falta de segurança delas. Está aí o exemplo do PIX e seria muito pior se o DREX tivesse sido implementado.

O Presidente Lula entra em contradição quando diz que o PIX é nosso, mas critica o Banco Central por adotar uma política monetária com as maiores taxas de juros do mundo. O PIX faz parte da política monetária do Banco Central e a população de baixa renda, usuária do sistema, não é favorável aos lucros elevados das empresas, em detrimento da pobreza, desemprego e desenvolvimento do país.

Para apoiar o PIX ou outra moeda digital do Banco Central como o DREX, o governo estaria justificadamente dizendo ao setor financeiro: precisamos controlar isto porque seremos responsabilizados quando algo de errado. Não é isto que está acontecendo. Temos que começar com o sofrimento dos velhinhos da previdência roubados.  

É preocupante ler o que foi escrito pelo ex-presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmando que junto de “colegas economistas liberais” e de “líderes de grandes projetos de tecnologia do Vale do Silício”  e do “mercado financeiro”, adotou “um olhar diferente”. Foi neste contexto que surgiu o PIX e a agenda de tecnologia do Banco Central, que de sustentável não existe nada.

Mas, o mais assombroso é ele dizer que “os quadros do Banco Central comprovaram sua capacidade de liderar um sistema moderno que serve de exemplo”. Qual o exemplo dele? O mercado financeiro?  Já foi dito que a implementação de tecnologias inseguras num sistema financeiro é a construção da rodovia monetária para o inferno.

O Brasil deve avançar em projetos de tecnologias para a sociedade e não visando os interesses do mercado financeiro. Mesmo que contemplem o mercado financeiro, metodologias participativas de desenho e desenvolvimento devem ser adotadas, as quais são rejeitadas pelo Vale do Silício e pela avareza das grandes corporações.

O governo deve entender que qualquer tecnologia tem que ser vista numa perspectiva de sujeição humana. Falhas institucionais do passado, principalmente  do modelo ultraliberal falido, são hoje repassadas para a tecnologia, que visa o poder absolutista, a dominação e sujeição.

Como muitos outros, o PIX foi um modelo desenhando pela extrema-direita e implementado no governo Bolsonaro similar aos modelos usados nas fake-news,  desinformação, liberdade de expressão, discurso do ódio,  entre outras situações sinistras, a exemplo de quase um milhão de mortes na Pandemia da COVID-19.

Vale lembrar que não existe tecnologia neutra e quanto mais a conhecemos, mais nos deparamos com loucuras. Estamos vendo aí o temor de tecnologias como a inteligência artificial, como o maior projeto de sujeição humana, construída por técnicos do Vale do Silício, fora de um modelo de desenho e desenvolvimento participativo.

Todas aquelas centenas de bilhões de dólares, que deveriam ter sido destinadas ao aumento dos salários dos trabalhadores para pelo menos acompanhar a inflação, foram desviadas para um poço de dinheiro, que desaparecerá sem que tenhamos praticamente nada para mostrar pelo esforço deles.

Precisamos não só de tecnologias similares ao PIX, mas de outras tecnologias desenhadas, desenvolvidas e implementadas dentro de um modelo participativo, que defenda uma governança baseada nos princípios da ONU, nos direitos humanos e na diversidade, rejeitando a concentração de poder em grandes plataformas.

O PIX deu credibilidade ao Banco Central pela sua usabilidade e inclusão social, mas a perda do governo e da sociedade é grande com a insegurança e fraudes do sistema, que precisa ser melhor avaliado.   

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